Thursday, February 19, 2015

Parábola: Os dezesseis sonhos

Capítulo 1
 Pânico

Houve uma vez um certo rei chamado Brahmadatta, regente em Benares, ao Norte da Índia. Uma noite, ele teve dezesseis tenebrosos pesadelos. Acordou de manhã suando frio e com o coração batendo acelerado em seu peito. Os sonhos tinham-no apavorado. Estava seguro de que eles significavam algo terrível por acontecer. Em pânico, chamou o monges oficiais para aconselhá-lo. Quando chegaram ao aposento real,  perguntaram ao rei se havia dormido bem. O rei respondeu que tinha tido a pior noite de sua vida. Tinha sido terrivelmente atormentado por dezesseis sonhos e estava desesperado para saber seus significados. Ao ouvir isso, os olhos dos monges se iluminaram. E, prontamente, perguntaram-lhe, "como foram esses sonhos, vossa majestade?"  

O Rei Brahmadatta, então, contou-lhes todos os dezesseis sonhos. Os sacerdotes bateram em suas testas exclamando:
 "Que horror! Não poderia ser pior, vossa majestade. Sonhos assim podem significar apenas uma coisa: perigo!"
O rei, por sua vez,  perguntou-lhes:
"Que perigo, ó sacerdotes? Vocês devem falar-me de uma vez o significado!"
Eles responderam, "é certo, vossa majestade, que esses sonhos mostram que um dos três desastres irá acontecer: terrível dano ao reino, a sua vida ou à riqueza real."
O rei teve muito medo. Torceu as mãos em desespero, enquanto o suor vazava de seu corpo. Tremia sob o impacto do terror e do pânico. Pediu, "contem-me, dignos sacerdotes reais, há algum meio de prevenir esse desastre?" 
"De fato, é muito perigoso", eles disseram, "se não fizer nada, o fim é certo. Mas podemos nos prevenir. Se não pudéssemos, então todo o nosso treino e aprendizado seriam inúteis. Confie em nós, senhor".
O rei bradou em pânico, "apenas  digam-me o que fazer, sacerdotes. Eu faço qualquer coisa! O que podem fazer para salvar a mim, meu reino e minha riqueza?"
"Devemos oferecer o maior sacrifício animal já visto", eles disseram. "Matar, como oferenda sacrificial, quatro de cada tipo de animal existente!"
Apesar de geralmente ser gentil, amável e generoso regente, o rei Brahmadatta estava tão assustado que não podia pensar direito. Paralisado pelo medo, colocou toda a sua esperança e fé em seus sacerdotes, dando-lhes permissão para preparar o gigantesco massacre.
Os sacerdotes disseram, "não tenha medo, vossa majestade, nós iremos cuidar de tudo. Havemos de prevenir a destruição que está por vir!" Eles sabiam que seriam bem pagos  para fazer o sacrifício. E a carne dos animais mortos seria deles, também. Seus pensamentos secretos eram, "esse é um grande meio de ganhar montes de dinheiro, a melhor comida e a melhor bebida, também!"
Os sacerdotes puseram mãos à obra para organizar o maior  sacrifício que Benares já tinha visto. Fora da cidade cavaram uma imensa cova. Dentro dela puseram os mais perfeitos animais que puderam encontrar - animais terrestres, peixes e aves. De cada espécie selecionaram quatro para serem mortos na cerimônia. Isso tornou-se conhecido como sacrifício "Quatro-de-todos".
Entretanto, o sacerdote professor real tinha um jovem discípulo promissor. Um rapaz gentil, compassivo e muito bem educado. Querendo saber o que estava acontecendo, perguntou ao sacerdote professor, "ó mestre, você me ensinou bem os sábios ensinos dos tempos antigos. Pode mostrar-me algum lugar onde está escrito que a morte de um ser salvará a vida de um outro?"
O sacerdote respondeu:
"Que tipo de pergunta é essa? Abra seus olhos e seja realista, meu jovem. Você não vê que esse grande sacrifício, os 'Quatro-de todos' nos fará ricos? Você deve estar tentando ajudar o rei a agarrar-se a suas riquezas!"
O idealista e sincero discípulo disse, "você não respondeu minha pergunta, mestre. Mas se este sacrifício é para ser seu trabalho, meu, com certeza não será!" Com essas palavras, partiu para o jardim real dos prazeres para pensar o quê fazer.
Mas aconteceu de um Ser Iluminado ter nascido numa família de alta classe. Por muitas gerações os homens naquela família tinham sido sacerdotes, como aqueles que agora estavam preparando o sacrifício "Quatro-de-todos". Quando o Bodhisattva cresceu, abandonou a vida dos  sacerdotes ricos. Ao invés disso, foi ao Himalaia e viveu como um humilde monge da floresta. Concentrou sua mente na meditação e entrou em altos estados mentais, ganhando a mais doce felicidade interior e até miraculosos poderes sobrenaturais.
O monge da floresta amava todos os animais. Quando ouviu o que estava ocorrendo em Benares, ficou cheio de ternura e compaixão e, então, decidiu:
"Devo ensinar às pessoas ignorantes e, assim, livrá-las das correntes da superstição. Irei à cidade, imediatamente! "
Então, o monge usou seu poder sobrenatural para voar através dos céus de Benares. Em um instante, estava sentado sobre uma rocha no jardim real dos prazeres. Sua natureza gentil fê-lo incandescer como um nascer do sol dourado.
O jovem discípulo idealista aproximou-se e o reconheceu como um grande homem sagrado. Reverenciou-o respeitosamente e sentou-se no chão. O monge da floresta perguntou-lhe:
"Jovem rapaz, você tem um rei bom e justo reinando, aqui, em Benares?"
"Sim", disse o discípulo, "nosso rei é atencioso e bom. Mas está sendo ludibriado pelos sacerdotes reais. Ele teve dezesseis sonhos que o deixaram completamente apavorado. Os sacerdotes tiraram vantagem disso quando o rei contou-lhes seus sonhos. Eles convenceram-no a fazer um grande sacrifício e matar muitos animais. Ó ser sagrado, por favor conte ao rei o verdadeiro significado de seus sonhos. Livre os muito seres do desamparo, do medo e da morte."
O santo homem disse:
"Se ele vier a mim e me perguntar eu direi."
"Eu o trarei", disse o jovem. "Por gentileza, espere aqui por pouco tempo até eu retornar."
O discípulo foi até o rei e contou-lhe que havia um maravilhoso homem sagrado sentado sobre uma pedra no jardim real dos prazeres que poderia interpretar seus sonhos. Ouvindo isso, o rei acompanhou o rapaz até o jardim.
Uma multidão os seguiu.

 Capítulo 2
 Búfalos  rugindo sem brigar

O rei Brahmadatta ajoelhou-se diante do homem sagrado e, em seguida, sentando-se  próximo a ele, perguntou:
"Reverendíssimo, pode dizer-me o significado dos meus dezesseis sonhos?"
"Claro", disse o monge da floresta. Conte-os para mim, começando com os oito primeiros."
 O rei respondeu:
"Estes foram os primeiros oito sonhos:
búfalos rugindo sem brigar;
arvores anãs produzindo frutos;
vacas mamando leite de seus bezerros;
bezerros puxando carroças com os bois atrás;
um cavalo comendo com duas bocas;
um chacal urinando num prato dourado;
um chacal fêmea comendo a corda do artesão de cordas;
um panela transbordando com todo o resto vazio.
"Conte-me mais sobre  o primeiro sonho", disse o monge.
"Reverendíssimo, eu vi quatro búfalos negros, vindos das quatro direções, brigando no quintal real. As pessoas vinham de milhas de distância para vê-los brigar. Mas eles apenas fingiam, rugindo um para o outro, voltavam para o lugar de onde vinham."
"Ó rei," disse o homem sagrado, "este sonho nos fala de coisas que não acontecerão em sua presente existência ou na minha. Num futuro distante, os reis serão desonestos e avarentos. As pessoas também serão desonestas. A bondade declinará enquanto a maldade aumentará. As estações estarão fora de ordem, com sol forte nos dias de inverno e tempestades de neve nos dias de verão. Os céus estarão secos, com raras nuvens e pouca água.  As colheitas serão pequenas e o povo passará fome. Então, as nuvens escuras virão das quatros direções, mas mesmo depois de muitos trovões e relâmpagos, partirão sem  deixar que a chuva caia ; assim como os bois rugidores partiam sem brigar."
"Mas não tema, não haverá prejuízo para o povo, hoje. Os sacerdotes dizem que esse sonho pede sacrifício porque essa é a forma como eles ganham dinheiro. Agora, conte-me o segundo sonho."
"Reverendíssimo, eu tive um sonho onde minúsculas plantas anãs cresciam não mais do que um pé de altura, depois floresciam e davam frutos."
"Ó rei", disse o homem sagrado, "o solo será pobre para o cultivo e os homens terão vida curta. Os jovens terão fortes desejos e até as meninas jovens terão bebês, como as árvores anãs produziam frutos."
"Mas isso não acontecerá até o futuro distante quando o mundo estiver em declínio. Qual é o terceiro sonho, ó rei ?"
"Reverendíssimo, vi algumas vacas mamando em seus próprios bezerros, no mesmo dia em que nasceram,"  disse o rei, estremecendo de medo.
"Acalme-se", disse o monge, "isso também não acontecerá com as suas mães, pais, sogras e sogros. As pessoas darão tudo a seus filhos, tomando todas as economias de seus pais e sogros idosos. Então, por capricho somente, eles poderão ou não, alimentar e vestir o seus idosos. Assim, os anciãos estarão à mercê da caridade de seus próprios filhos, exatamente como as vacas mamavam em seus bezerros recém-nascidos.
"Mas está claro que não é assim hoje em dia, ó rei, então não há nada a temer. Agora conte-me o quarto sonho."
De alguma forma aliviado, o rei continuou:
"Reverendíssimo, eu sonhei com grandes e fortes touros seguindo atrás dos carros de boi. Estavam sendo puxados por frágeis e desajeitados bezerros, que paravam e permaneciam no lugar incapazes de puxar as carroças com cargas pesadas. As caravanas não podiam mais viajar e as mercadorias não podiam ser levadas ao mercado."
"Haverá um tempo", disse o homem sagrado, "que os reis desonestos e avarentos não mais respeitarão os juizes sábios e experientes. Ao invés disso, indicarão juizes jovens e tolos, recompensando-os com os mais altos privilégios. Mas estes não conseguirão tomar decisões difíceis. Eles se tornarão juizes apenas no título que os designam sem fazer um trabalho de verdade, exatamente como os bezerros que não conseguem puxar as carroças. Enquanto isso, os mais sábios e mais velhos não poderão oferecer ajuda achando não ser mais de sua conta, exatamente como os touros caminhavam atrás.
"Novamente, não há o que temer, ó rei, desses tempos distantes quando todas as nações serão mal regidas por jovens e tolos. Qual foi o quinto sonho?"
"Reverendíssimo, meu quinto sonho foi de fato muito estranho. Vi um cavalo comendo com duas bocas, uma em cada lado da cabeça!"
Novamente, o rei estremeceu ao falar. O monge da floresta disse:
"Isso acontecerá em outro tempo, num futuro distante quando reis desonestos e tolos indicarão juizes ambiciosos e desonestos. Não se importando o mínimo com o certo e o errado, aceitarão subornos de ambos os lados de um mesmo caso, exatamente, como o cavalo comendo ambiciosamente com duas bocas.
"Agora contem-se sexto sonho."
"Reverendíssimo, eu sonhei com um prato dourado no valor de  cem mil peças de dinheiro. As pessoas o seguravam e adulavam um velho e magro chacal que urinava nele. E isso é tudo que fez!" disse o rei, fazendo uma careta.
"Ó  rei, isto se passará num futuro distante quando os reis serão marginais, não nascidos em famílias reinantes dos países que administram. Então, não confiarão em ministros experientes nascidos nas classes nobres. Eles os recolocarão com as classes baixas, enquanto isso, os velhos nobres dependerão da nova classe reinante. Então, estes velhos nobres oferecerão as filhas das classes altas em casamento com os ministros das classes mais baixas, como as tigelas douradas onde urinavam os chacais.
"Mas isto não acontecerá em vosso tempo, ó rei. Qual foi o sétimo sonho?
"Reverendíssimo, sonhei com um homem fazendo uma corda, deixando-a empilhar-se debaixo de sua cadeira. Havia um faminto chacal fêmea comendo a corda quando caía sem que o homem percebesse."
"Haverá um tempo", disse o monge, "em que os desejos das mulheres crescerá. Elas irão desejar homens, bebidas fortes, jóias e toda sorte de bens inúteis. Perderão  muito tempo admirando as mercadorias. Darão mais atenção aos seus amantes do que aos maridos, ignorando mesmo as mais importantes atividades caseiras. Gastarão todo o dinheiro prejudicando os esposos; exatamente como as chacais devoravam a corda produzida pelo artesão de cordas.
"Mas como pode ver, ó rei, estes tempos não nos alcançarão. Diga-me o oitavo sonho."
"Reverendíssimo", disse o rei, "vi uma grande panela cheia d'água, e muitas pequenas vazias, em frente ao portão do palácio. Todos os guerreiros, padres, mercadores e fazendeiros traziam água de todas as direções. Mas eles a derramavam somente dentro da grande panela que ao transbordar, desperdiçava a água que era despejada, enquanto todas as panelas pequenas estavam vazias!"
 Novamente, o rei estremeceu de medo enquanto o monge falava.
"Não tenha medo, ó rei", disse o homem sagrado. "Num futuro distante o mundo entrará em decadência. A terra será menos fértil, as plantações serão cultivadas com mais dificuldade. O mais rico terá não mais do que cem mil peças de dinheiro. Não haverá milionários. Todos os reis serão pobres e avarentos. Os reis e os ricos farão com que todo o resto trabalhe apenas para eles. O pobre será forçado a trazer seus produtos, grãos, vegetais e frutas para o armazém dos ricos e poderosos. E os celeiros dos pobres, árduos trabalhadores, permanecerão vazios como as grandes panelas cheias transbordando, com as pequenas vazias ao redor.
"Então agora sabe o significado de seus oitos sonhos.  Eles profetizam: 
Nuvens pesadas sem chover;
jovens tendo bebês;
idosos se apiedando de seus filhos;
jovens e tolos juizes sem ajuda de sábios;
 juizes desonestos levando propina de ambos os lados;
baixa classe dos ministros casados com esposas de classes altas;
esposas gastando os salários de seus maridos;
os ricos tomando de pobres que vivem do nada.
"Então, sua mente pode ficar em paz, ó rei, com relação aos primeiros oito sonhos. Claramente, tais tempos não nos alcançarão e estes perigos não nos amedrontarão, atualmente."
 Capítulo 3. 
O pavoroso barulho do  "muam, muam, muam"
 "De fato", disse o Rei Brahmadatta ao humilde monge da floresta, "você conseguiu fazer minha mente descansar, com relação aos meus oito primeiros sonhos. Mas meus últimos oito sonhos são ainda mais pavorosos. Preciso fazer algo para evitar o mal que eles predizem."
Novamente, o rei começou a tremer incontrolavelmente de pavor e pânico.
"Acalme-se", disse o homem sagrado, "e conte-me também esses sonhos, para que eu posso aliviar seu sofrimento."
O rei respondeu:
"Estes foram meus últimos oito sonhos:
um lago lamacento no meio e límpido nas margens;
arroz cozinhando irregularmente numa panela;
excelente sândalo trocado por nata estragada;
abóboras vazias afundando na água;
rochas sólidas flutuando sobre a água;
cobras gigantescas devoradas por pequenas rãs;
cisnes reais dourados servindo um corvo mau do vilarejo;
o pavoroso som 'muam, muam, muam.' "
"Por favor, conte-me os detalhes do nono sonho", disse o monge.
"Reverendíssimo, eu sonhei com um riacho profundo no meio e raso nas margens. Continha os cinco tipos de Lótus e havia todos os tipos de animais - bípedes e quadrúpedes - bebendo uns perto dos outros. O lago ficava lamacento apenas no meio. Como pode ser possível? O que isso significa?"
"Ó rei", disse o monge da floresta, "num futuro distante, haverá apenas reis desonestos. Eles reinarão baseados no poder de seus desejos, associados à ira e ao medo. Não se incomodarão o mínimo com a honestidade e a justiça. Estarão muito mais interessados em torna-se ricos com todo tipo de propinas, do que no bem estar do povo. Os regentes não terão mais paciência, benevolência e compaixão pelas pessoas a quem governam. Ao invés disso, serão duros e cruéis, esmagando as pessoas para tirar-lhes o último centavo em impostos; exatamente, como um suco doce é espremido da cana-de-açúcar.
"Sendo assim, o povo incapaz  de pagar seus impostos e propinas fugirá para as fronteiras. Logo haverá menos pessoas morando nas capitais corruptas e as fronteiras estarão densamente habitadas por humildes; exatamente como um lago  lamacento no meio e límpido nas margens.
"Mas obviamente não há nada para temer, ó bondoso e honesto, rei. Qual foi o décimo sonho?"
"Reverendíssimo, sonhei com arroz cozinhando irregularmente numa panela. Parte estava empapada, parte estava bem cozida e parte estava ainda crua."
"Não se preocupe com isso tão pouco", disse o homem sagrado.
"Este sonho prevê um tempo quando todos serão desonestos, inclusive os oficiais e ministros, os padres, artesãos, os habitantes da cidade e do campo. Tão surpreendente quanto possa parecer, esse sonho indica um tempo em que os homens sagrados também serão desonestos! E ainda mais! Até os deuses, os espíritos das árvores e as fadas serão desonestos e maus. Os ventos mudarão rapidamente, às vezes soprando forte demais e às vezes não soprando de forma alguma. Abalarão as casas celestiais dos deuses do céu. Logo, em alguns lugares as chuvas causarão enchentes, choverá o estritamente necessário em algumas áreas e haverá terríveis secas em outros lugares. Será como o arroz na panela: parte empapado, parte bem cozido e parte cru.
"Agora conte-me o décimo primeiro sonho, ó rei"
"Reverendíssimo, sonhei com o melhor sândalo, no valor de cem mil peças de dinheiro, sendo trocado por nata estragada. Qual é o significado disto?"
"Isto indica um futuro distante, quando o conhecimento da verdade estará desaparecendo. Existirão muitas necessidades; de alimentos, roupas, abrigo e medicamentos. Eles adquirirão artigos de luxo, muito mais suntuosos do que eles realmente necessitam.
"Eles ensinarão o despropósito do luxo e a desonestidade da ambição, pregando a Verdade do desapego mas em troca, pela pregação, pedirão dinheiro e luxo. Eles almejaram e aumentarão de preferência seus desejos a mostrar o caminho para a  liberação dessas necessidades.
"Eles pregarão a Verdade para obter coisas sem valor, exatamente como o sândalo precioso era trocado por nata estragada.
"Agora deixe-me ouvir o décimo segundo sonho."
"Reverendíssimo, eu vi abóboras vazias afundando na água."
"Ó rei, isto prediz um futuro distante, quando o mundo estará de cabeça para baixo. Assim, mais uma vez, não tem nada a perder nesta vida. Reis desonestos darão altos cargos para as classes baixas. As classes baixas rapidamente tornar-se-ão ricas e as altas, pobres. Em todos os departamentos e funções, as palavras ignorantes de oficiais da classe baixa e sem escolaridade serão amplamente respeitadas, exatamente, como as abóboras afundavam nas profundezas da água.
"Até mesmo entre os religiosos, ensinamentos humildes e honestos de falsos monges  serão seguidos e adorados; exatamente como abóboras vazias afundavam na água.
"Qual foi o décimo terceiro sonho?"
"Reverendíssimo, sonhei com uma rocha sólida flutuando na superfície da água. Que estranho me parece. O que ele significa, homem sábio?"
"Este sonho também indica uma era futura quando o mundo estará de cabeça para baixo. Em todos os departamentos e funções as palavras sábias dos nobres com escolaridade serão ignoradas devido ao seu nascimento único.
"Porém, entre os religiosos as palavras sobre a Verdade ditas por humildes e honestos monges serão ignoradas; exatamente como as rochas sólidas flutuavam sobre a superfície da água.
"Qual foi o décimo quarto sonho?"
"Reverendíssimo, foi um sonho terrível em que pequenas rãs devoravam grandes cobras negras. Quando elas as pegavam, cortavam-nas em pedaços como tocos e depois as devoravam!"
"Não há nada a temer neste sonho tão pouco, ó rei. Isto representa um tempo futuro quando o mundo estiver em declínio. Os desonestos naturalmente decairão. Os desejos aumentarão em suas mentes até se escravizarem por eles. Por causa disso, os homens estarão sob as ordens de esposas mais jovens e belas. Os serviçais, bois, búfalos e todos as outras riquezas domésticas serão manejadas por elas, devido aos desejos insaciáveis de seus maridos.
"Estas esposas tratarão seus maridos como escravos, mantendo-os sob seus polegares. Quando eles perguntarem sobre os negócios da família elas dirão: 'Não há nada a perguntar. Tudo nessa casa pertence a mim, não a você!' Serão como pequenas rãs engolindo grandes cobras negras.
"Agora, conte-me o décimo quinto sonho."
"Reverendíssimo, vi um corvo da espécie que vive perto da vila. Continha as 'Dez Más Qualidades' e estava sendo seguido por cisnes dourados, a espécie conhecida como o rei dos pássaros."
"Isto indica um tempo distante quando todos os reis serão fracos. Não serão bons em cavalgar em elefantes ou cavalos, ou em  batalhas. Então, pode facilmente ver que não há nada a temer, poderoso rei.
"Esses reis fracos terão medo de ser destronados e de dar posição de poder a merecedores nobres educados. Ao invés disso, eles nomearão pedicuros, camareiros, barbeiros. Os nobres terão que tornar-se os mais baixos dos serviçais de oficiais destreinados; exatamente como os cisnes reais dourados esperavam sobre um corvo ruim da vila.
"Por fim chegamos ao décimo sexto sonho, ó rei. Descreva-o para mim."
"Reverendíssimo, contarei meu último sonho, o único que ainda me atemoriza. Normalmente, os leopardos caçam e comem cabras. Mas no meu décimo sexto sonho, vi cabras caçando leopardos! E quando os pegavam, elas os comiam, fazendo o som 'muam, muam, muam!'. Todos os outros animais ao ouvir esse temível barulho e ao ver as cabras  carnívoras se aproximando, corriam e se escondiam na floresta. A memória desse sonhos ainda me aterroriza, homem sagrado."
"Mesmo esse sonho diz respeito a um tempo distante quando o mundo será governado por reis desonestos. Os humildes desacostumados com o poder, tornar-se-ão mais próximos dos reis. Eles ganharão influência enquanto os nobres tornar-se-ão pobres e desconhecidos.
"Nas cortes da lei, os recém-chegados confiscarão as riquezas pertencentes aos nobres; suas terras, casas e bens. E quando os nobres forem à corte protestar, os humildes dirão: 'Como ousam protestar contra nós! Vocês não entendem a situação em que estão. Contaremos ao rei e vocês terão suas mãos e pés cortados!'. Os nobres correrão e se esconderão de medo.
"Da mesma forma, os maus monges ofenderão os bons monges tanto quanto lhes aprouver. Sem ninguém para apoiá-los ou defendê-los, os bons monges deixarão as cidades e vilas. Viverão na floresta com medo dos maus monges. Serão como todos aqueles que ouvem o som de 'muam, muam, muam', e vivem com medo de serem devorados por cabras."
"Ó rei, agora sabe o significado dos dezesseis sonhos. Os últimos oito são previsões:
pessoas com carregamento pesado fugindo para as fronteiras;
um mundo desonesto com chuvas irregulares;
a verdade será ensinada por propagadores gananciosos por dinheiro;
ignorantes e desonestas palavras ganharão respeito;
palavras sábias e a Verdade perderão respeito;
maridos escravizados pelos desejos de suas esposas mais jovens;
nobres educados servirão aos recém-chegados inexperientes;
o nobre e bom viverão com medo do poderoso e mau.

Capítulo IV.
Ensinamento
 O Rei Brahmadatta curvou-se ante o santo homem, e disse:
"Sua sabedoria levou o medo e o pânico para longe de mim. Sua compaixão me conteve de fazer coisas terríveis e nocivas a muitos  seres desamparados. Minha gratidão é eterna, ó sagrado monge."
O Ser Iluminado disse, então, ao rei:
"Agora você deve perceber porque seus sacerdotes reais procuravam uma cerimônia de sacrifício. Não porque entenderam a Verdade ou  porque cuidavam de seu bem estar. Ao contrário, foi devido à ganância. Eles queriam apenas enriquecer, comer finas comidas e manter seus empregos na corte."
"Seus dezesseis sonhos indicam desastres num distante futuro. O que você fizer agora não terá nenhum efeito sobre eles. Todas as coisas acontecerão quando o mundo estiver em decadência, quando o irreal for visto como real, quando o irracional e o não-existente parecerem existir. Será um tempo quando muitos serão desonestos, sem-caráter, e poucos se envergonharão dos seus malfeitos.
"Por essa razão, é impossível prevenir essas coisas realizando um sacrifício hoje!"
Permanecendo sentado, o Bodhisattva miraculosamente levitou. Então, ele continuou seu ensinamento:
"Ó rei, foi o medo que desequilibrou a sua mente e trouxe a morte para perto dos seres desamparados. A real libertação do medo vem de uma mente pura. E o caminho para sua purificação está em  galgar os cinco passos para o aprimoramento. Você se beneficiará muito desistindo das cinco ações desonestas. São elas:
  • Destruir a vida; não é compaixão;
  • Pegar o que não é dado; não é generosidade;
  • Fazer sexo não-apropriado; não é amor;
  • Mentir, não é Verdade;
  • Perder a cabeça por causa de álcool, conduz a cair nos quatro passos anteriores.
"Ó rei, de agora em diante, não se una aos sacerdotes matando animais em sacrifício."
Dessa forma, o Grande Ser ensinou a Verdade, livrando muita gente dos laços das falsas crenças e libertando muitos animais do medo e da morte.
Num instante retornou, através do ar, para sua casa no Himalaya.
O Rei Brahmadatta exercitou  os  Cinco Passos de Aprimoramento. Deu esmolas e muitas outras coisas boas. Ao final de uma longa vida morreu e renasceu como merecia.

Monday, February 16, 2015

Os dez estados da Vida


Parábola: As quatro esposas

Em um dos sutras Agama, que foi um dos primeiros sermões do Buda, havia um conto bastante interessante:
“Era uma vez um homem indiano que possuía quatro esposas. De acordo com o sistema social e circunstâncias da Índia antiga, era possível um homem possuir várias esposas. Não raro também era, no período Heian no Japão, uma mulher possuir vários maridos.


O indiano estava bastante doente, e estava para morrer. Ao final de sua vida, ele se sentia extremadamente solitário e foi então que ele resolver perguntar ‘a sua primeira esposa se ela o acompanharia ao “outro mundo”.
“Minha amada esposa”, disse, “Eu tenho amado você dia e noite, e cuidei de você por toda a minha vida. Neste momento, que estou para morrer, me diga se, por favor, viria comigo aonde quer que eu vá após minha morte?”
Ele esperava que sua mulher lhe respondesse sim, no entanto, ela lhe disse: “Meu amado marido, eu sei que você sempre me amou, e agora você vai morrer...porém, este é o momento em que me separo de você. Adeus, meu amor”.
Então ele chamou sua segunda esposa ao leito de sua morte e implorou a ela que o seguisse e disse: “Minha querida segunda esposa, você sabe do meu amor por você. Algumas vezes me senti inseguro que me deixasse, mas lhe segurei firme e intensamente.

Minha querida, lhe peço, venha comigo...”A segunda esposa, ao contrário, se expressou friamente: “Querido marido, sua primeira esposa se negou a acompanhá-lo, por qual motivo eu haveria de seguí-lo? Você me amou somente pelo seu próprio ego e sentimento egoísta”.
Deitado em seu leito de morte, chamou sua terceira esposa e também lhe pediu que o acompanhasse, e ela respondeu-lhe com lágrimas em seus olhos: “Meu querido, tenho pena de ti, e me sinto muito entristecida, por isto lhe acompanharei até ao momento de seu enterro. Este será meu último dever a cumprir contigo”. E ela também refutou em acompanhá-lo em sua morte.


Três esposas se recusaram a tal pedido, e agora, ele se lembrava que tinha uma quarta esposa, por quem ele nunca teve nenhum afeto. Ele a tratava como uma escrava, e sempre se mostrava enfadado com ela. Ele agora, refletindo, pensava que ela certamente diria não a ele, mas estava tão amedrontado e sentindo-se extremamente solitário, que resolveu se esforçar em pedir a ela que o acompanhasse ao “outro mundo”. A quarta esposa, para sua surpresa, contente, aceitou o pedido de seu esposo.
“Meu querido esposo”, ela disse, “Irei com você. Não importa o que aconteça, estou determinada a estar ao seu lado para todo o sempre. Não há como eu ficar separada de você’.”

Esta é a parábola sobre ‘Um homem e suas quatro esposas’.
O Buda Sakyamuni concluiu tal história com as seguintes palavras:
“Todo homem e toda mulher possui 4 esposas ou maridos. O que estas “esposas” deste conto representam?’ 
A PRIMEIRA ESPOSA
 A primeira esposa consiste em nosso corpo. Nós amamos nosso corpo dia e noite. De manhã, lavamos o rosto, escolhemos nossas roupas e sapatos, e os vestimos. Nós alimentamos nosso corpo, cuidamos, amamos e o contemplamos como a primeira esposa do conto. Mas infelizmente, ao final de nossas vidas, o corpo, ‘a primeira esposa’, não pode nos acompanhar em nosso momento de morte seguindo ao ‘próximo mundo’. Conforme é dito: ‘Quando o último suspiro deixa nossos corpos, a cor saudável de nossas faces se transforma, e perdemos esta aparência de uma vida radiante. Nossos queridos entes e amigos podem lamentar nossa morte, mas nada podem fazer diante disto. Nosso corpo então é cremado, e tudo o que resta são nada mais do que cinzas brancas.’ Este é o destino de nosso corpo.
 A SEGUNDA ESPOSA 
Qual o significado da segunda esposa? A segunda esposa representa as coisas materiais, nossa fortuna, dinheiro, propriedades, fama, posição social, e  emprego que lutamos bastante para conquistar. Nós somos afeiçoados a estas posses materiais. Sentimos medo em perder todas estas coisas, e ainda sempre desejamos obter mais e mais. Não há limite. Ao final de nossas vidas, tais posses não podem vir junto conosco ao momento de nossa morte. Qualquer que seja esta fortuna acumulada e conquistada, nós simplesmente a deixamos aqui. Viemos a este mundo de mãos vazias, e durante nossas vidas, alimentamos a ilusão de que realmente conquistamos uma verdadeira fortuna. Ao momento de nossa morte, também seguimos de mãos vazias. Não há como levarmos conosco tal fortuna material, assim como a segunda esposa disse ao marido: ‘Você me segurou e cuidou de mim pelo seu ego e sentimento egoísta. Agora é o momento de dizer adeus’.
 A TERCEIRA ESPOSA
Todos nós temos uma terceira esposa. Esta consiste no relacionamento que temos com nossos pais, irmãos, irmãs, todos os parentes, amigos e a sociedade em geral. Eles nos acompanharão somente até o momento de nosso sepultamento, com lágrimas em seus olhos. Eles ficam entristecidos e compadecidos com nossa morte, mas não há nada mais além que possam fazer.
Portanto, não podemos basear nossas vidas e nos tornar dependentes de nosso corpo físico, da fortuna que acumulamos, e das pessoas que nos circundam, e da sociedade em geral. Nascemos sozinhos, e morreremos sozinhos. Não há ninguém e nada que nos acompanhará no momento de nossa morte.
 A QUARTA ESPOSA
 O Buda Sakyamuni mencionou a quarta esposa, a pessoa quem acompanhou seu marido em sua morte. O que ela representa?
A quarta esposa é a nossa mente (ou a consciência ALAYA). Quando observamos e reconhecemos profundamente que nossas mentes estão preenchidas com sentimentos de ira, avidez (gula) e descontentamento, estamos tendo uma boa percepção e realmente enxergando nossas próprias vidas. A ira, a avidez e tal descontentamento representam nosso CARMA, a lei de causa e efeito. Nós nunca nos separamos do carma que cada um possui. Como a quarta esposa disse: ‘Eu o seguirei onde quer que vá’.

A tradução deste texto é uma preciosa colaboração de
Cristiane Kajimura kriskaji@yahoo.com

Parábola: A joia na cabeça

Certa vez havia um grande e santo rei! que tinha uma imensa força e um coração extremamente amável. Ele foi o supremo entre os reis e era considerado de uma maneira altamente honrada que não era apropriado a ninguém. As pessoas chamavam-no de Rei Girador da Roda porque tinha recebido uma roda de jóias dos céus que girava enquanto governava o seu domínio e porque parecia como um sagrado e santo homem.
Ele foi um fino governante, e quando encontrava um estado que era dominado pelo mau, empreendia uma guerra contra ele e esmagava-o. Lutou continuamente: contra esses maus estados até que os subjugou a todos.

O Rei ficava muito contente em ver alguns dos seus soldados distinguir-se na guerra. De acordo com os seus méritos, dava-lhes vários tesouros como ouro, prata, conchas, ágata, coral e âmbar, ou almofadas, casas, vilas e cidades. Ele também distribuiu elefantes, cavalos e veículos aos que foram dignos - Cada vez que os soldados eram recompensados com presentes honráveis do rei, eles se vangloriavam, dizendo:
- Recebi anéis dourados e colares do Rei Girador da Roda.
- Ele me deu um fabuloso elefante e uma carreta de boi, elogiando a minha brava luta na guerra.
- Foram roupas desta vez para mim. Mas ainda conseguirei muito mais na próxima vez por minha valiosa luta.
- Mas os senhores não me superam. Estarei lutando com todas as minhas forças também.
Ele, contudo, não lhes deu uma brilhante gema que mantinha em sua cabeça porque a gema era a única da sua espécie no mundo. Se desse a alguém, seus seguidores poderiam ficar chocados.
Sakyamuni então explicou a história a Manjusri: "Manjusri! Eu, o Buda, tenho guardado o Sutra de Lótus cuidadosamente em meu coração e não contei a ninguém a respeito dele. Neste sentido sou como o Rei Girador da Roda que deu muitos tesouros aos seus soldados, mas que escondeu a mais valiosa gema. Eu, como o rei, tenho lutado e vencido muitos demônios. Muitos dos meus discípulos também lutam contra eles. Dei-lhes muitos tesouros da Lei e trouxe-os mais próximos da iluminação, mas não lhes ensinei o Sutra de Lótus que é a quintessência de toda Lei budista.
"Não disse anteriormente aos meus seguidores sobre o Sutra de Lótus porque ele poderiam não ter compreendido. Num, mundo que está dominado pela mal e pela ignorância, as pessoas não  têm a capacidade de compreender essa doutrina profunda. Assim foi necessário empreender a guerra e destruir o mal. Assim fazendo, foi possível ensinar gradualmente as pessoas, cada. vez mais a respeito do verdadeiro estado de vida. Uma vez que as suas visões errôneas da realidade e a sua ignorância sejam revertidas, eles se tornarão mais receptivos e menos céticos daquilo que agora desejo lhes ensinar.



"Um dia o Rei Girador da Roda. viu um soldado de extraordinário mérito e deu-lhe aquela preciosa gema. Sou como esse rei. O Sutra de Lótus é o mais excelente e profundo de todos os ensinos pregados pelos Budas. Estou, portanto, expondo-o finalmente tal conto o rei que, somente no final, deu a brilhante gema a aquele que foi o seu mais digno seguidor.
" Manjusri! O Sutra de Lótus é o depósito do secreto saber do Buda. Está acima de todos os outros sutras e ensinos. Eu, portanto, conservei-o secreto e abstive-me de revelá-lo por um longo tempo. Agora estou pronto para o expor a toda a humanidade pela primeira vez! "

Esta história é uma das sete parábolas ensinadas no Sutra de Lótus, que aparece no décimo-quarto capitulo, '"Anrakugyohon". Ela mostra o principio de "kaigon kenjitsu" - Substituir os ensinos provisórios com o verdadeiro, que é, naturalmente, o Sutra de Lótus.

Revista Terceira Civilização nº 218

Saturday, February 14, 2015

Jesus na Índia

Segue um incrivel documentário com muitas informações no minimo bem interessantes. Relatos e documentos que provam a visita e ensino de jesus nos "anos sombrios" de sua vida na Índia. Dos 13 aos 29 anos por onde Jesus andou? Veja o documentário e descubra essa versão interessante dessa realidade nunca antes vista!

Sempre vi em muitos ensinamentos de cristo ensinamentos budistas. Não seria de se espantar chamar o próprio Jesus Cristo de Buda. Sim ele também é um Buda.



Um Buda para todos


O Sutra de Lótus ensina que todos possuem igualmente o potencial para atingir o estado de Buda, e que têm também a capacidade para desfrutar o estado de absoluta felicidade. É digno de nota que a intenção de Sakyamuni de tornar o estado de Buda acessível a todas as pessoas revela-se pela linguagem que ele escolheu para pregar os seus ensinos: a língua de Magadha, o linguajar diário das pessoas comuns.
Os Brâmanes ortodoxos daquela época insistiam em que os ensinos sagrados somente poderiam ser transmitido na linguagem dos vedas, uma língua usada somente pela classe mais alta e culta.
Certa ocasião, dois seguidores de Sakyamuni disseram a ele "Por pregar os honoráveis e excelentes ensinos no vernáculo do povo, o senhor ofendeu a dignidade do budismo. A partir de agora, por favor pregue na nobre e sublime linguagem dos vedas". Esses seguidores eram irmãos e membros cultos da casta dos brâmanes que haviam ficado tão comovidos com a pregação de Sakyamuni que se juntaram a ordem.
"Nunca,  respondeu o Buda, colocando um fim na discussão de uma vez  por todas. E dizem até mesmo que ele estabeleceu punições àqueles que ousavam pregar o budismo na língua dos vedas.


Este episódio demonstra claramente o intenso desejo de Sakyamuni de tornar o budismo acessível a todos, independente da classe social.
Nitiren Daishonin também escreveu muitas de suas cartas a seus seguidores leigos com a escrita cursiva japonesa, conhecida como hiragana, para que eles pudessem lê-las com facilidade. (Em outras palavras, ele utilizava a linguagem comuns das pessoas comuns, em vez da erudita escrita clássica chinesa usada em escritos formais daquela época).

A compaixão do Buda


Os pais amam a todos os filhos de maneira igual, mas seu amor se  redobra com especial ternura para com um filho doente.
A compaixão de Buda se volta igualmente para todos os homens, mas ela se dirige com especial carinho, àqueles que, por causa de sua ignorância, tem de suportar os mais pesados fardos de erros e sofrimentos.
O sol surge no oriente e dissipa as trevas do mundo, sem detrimento ou favoritismo para  com determinada região. Assim, a misericórdia de Buda a todos abarca, encorajando-os a seguir o caminho do bem e a evitar os labirintos do mal; destarte, Ele elimina as trevas da ignorância e conduz o povo à Iluminação.
Buda é, ao mesmo tempo, pai e mãe: pai, por sua compaixão, e mãe, por sua bondade. Em sua ignorância e apego aos desejos mundanos, os homens agem muitas vezes, com excessiva paixão; assim não é Buda. Ele estende igualmente sua compaixão a todos. Sem a misericórdia de Buda os homens se perdem e, devem receber os meios de salvação como filhos de Buda.

Parábola: Um Buda que anda

Em geral o budismo é visto como um religião estática que se resume a um buda sentado em meditação. No entanto, o verdadeiro Buda Sakyamuni era muito diferente.A verdadeira imagem de Sakyamuni é a de "um Buda que anda", "um buda ativo".


Sakyamuni diz "Dia e noite, não tenho tempo para lamentações, mesmo em sonhos meu coração é tomado pelo desejo de salvar todas as pessoas".

Portanto enquanto houver alguém que precise ser libertado dos sofrimento - ainda que seja nos confins do mundo - o Buda continuará a avançar. Sakyamuni visitou um grande número de cidades e vilas para propagar o seu ensino.

Segundo algumas fontes, ele visitou o reino de Shravasti por mais de novecentas vezes. Há também registros de suas viagens a Rajagriha, na capital do reino de Magadha, por mais de cento e vinte vezes; a Vaishali, capital do reino de Vriji, por quarenta e nove vezes; a Kapilavastu, onde ele foi criado, por trinta e uma vezes e ao reino de Kaushambi, por dezenove vezes.

Cada um destes lugares era separado por centenas de quilômetros. E, obviamente, andar a pé era a única forma de locomoção. Em sua última jornada de propagação, pouco antes de falecer, ele havia percorrido mais de duzentos e cinquenta quilômetros. A conduta do Buda, expressa na passagem "eu a tenho realizado ininterruptamente, sem nunca negligenciar por um momento sequer", possibilitou  a seus discípulos obterem a convicção do quanto "é maravilhoso estar vivo" e como é "grandiosa a dignidade de sua vida".
Adaptado do livro: Sutra de Lótus - Preleção dos Capítulos Hoben e Juryo - Daisaku Ikeda.

Wednesday, February 11, 2015

Parábola: Ananda e Pakati

Ananda foi o primo de Buda e serviu como seu assistente pessoal por 25 anos. Um dia quando Ananda estava passando por um poço próximo a uma vila, ele pediu a Pakati, uma jovem mulher expulsa de sua casta, por água.
Pakati respondeu: "Ó monge, eu sou muito humilde para dar para você água de beber. Não peça pelos meus serviços para que sua santidade não seja contaminada, pois eu sou de uma casta inferior."
Ananda disse: "Eu não peço por casta, mas por água."


O coração de Pakati pulou de alegria e ela ofereceu água para Ananda.
Tendo escutado que Ananda fora um discípulo de Buda, a mulher suplicou ao Buda: "Ó Lorde, ajude-me e deixe-me viver no local onde seu discípulo Ananda reside para vê-lo e servi-lo, pois eu amo Ananda."
O Buda compreendeu seu coração e disse: "Pakati, seu coração está repleto de amor, entretanto você não compreende seus próprios sentimentos. Não é Ananda quem você ama, mas sua bondade. Aceite a bondade que você observou-o praticando com você e pratique essa bondade em relação aos outros."

Parábola: A procura das pérolas

Ananda disse ao Buda: “O senhor, ó Buda, nasceu em uma família real, permaneceu sentado sob uma árvore e meditou sobre a sabedoria durante seis anos. Obter assim (a dignidade) de Buda é lográ-la facilmente”.
O Buda respondeu a Ananda: “Certa vez, Ananda, havia um senhor proprietário extremamente rico que possuía toda sorte de jóias, mas como não possuía as verdadeiras pérolas vermelhas, não se sentia satisfeito. Levando consigo outros homens, ele foi ao mar para recolher algumas pérolas; após superar vários perigos e obstáculos, conseguiu chegar ao local onde se encontravam as jóias. Ele cortou seu corpo para fazer correr o sangue, o qual colocou em um saco untado com óleo, suspenso no fundo do mar. As ostras, ao sentirem o odor do sangue, vieram sugá-lo. Então ele pôde retirar as ostras e, abrindo-as, fez saírem as pérolas; recolhendo-as dessa maneira durante três anos, ele chegou a formar um colar inteiro.
Quando retornava, ao chegar à margem de um rio, seus companheiros, vendo que trazia jóias preciosas, armaram-lhe uma cilada. Enquanto o seguiam para pegar água, reuniram-se e o atiraram em um poço, que depois cobriram, e partiram. Passado um longo tempo desde que caíra no fundo do poço, o homem percebeu um leão que se aproximava por um orifício lateral para beber água. Ele novamente teve muito medo. Mas, quando o leão partiu, o homem procurou a passagem por onde o animal havia vindo, pôde sair (do poço) e voltar a seu país. Quando seus companheiros retornavam à sua casa, o homem os chamou e disse: “Vocês me roubaram um colar. Ninguém o sabe, nem que vocês também tentaram-me fazer perecer. Devolvam-no em segredo e eu não os denunciarei”. Temerosos, os homens devolveram as pérolas. De posse das jóias, o proprietário levou-as para casa.
Ele tinha dois filhos que brincavam com as pérolas, colocando-as sobre o corpo, e perguntavam
um ao outro: “De onde vêm essas pérolas?”. Um deles disse: “Elas vieram do saco que tenho na mão”.
O outro disse: “Elas vieram de um jarro que está nesta sala”. Vendo aquilo, o pai começou a rir.
Sua esposa lhe perguntou a razão, e ele respondeu: “Recolhi essas pérolas mediante um sofrimento extremo; essas crianças as receberam de mim, não sabem nada dessa história e pensam que as pérolas vieram de um jarro”.
O Buda disse a Ananda: “Você me vê somente após ter-me tornado Buda, mas ignora com que esforço e pena me dediquei ao estudo por incontáveis kalpas. Agora cheguei ao objetivo e você pensa que foi fácil, tal como aquelas crianças que pensavam que as pérolas vinham do jarro”.
Assim, podemos atingir o objetivo praticando inúmeras boas ações e acumulando mérito
durante muitos kalpas, mas não se trata do resultado, nem de um só ato, de uma única ação ou de uma só vida.

Parábola: Pai preocupado


Em determinada época vivia um médico, excelente no preparo de receitas de remédios. Ele tinha cerca de 100 filhos. Enquanto esteve fora de casa, numa viagem a um distante país, todos os seus filhos beberam veneno por engano, debatendo-se de dor e caindo ao chão à medida que o veneno penetrava em seus corpos.
Ao retornar para casa, o médico encontrou seus amados filhos em agonia por toda a casa e ficou muito chocado e triste. Alguns dos que tomaram o veneno perderam completamente a razão, enquanto outros, ainda, estavam conscientes.

Todas aquelas crianças, ao verem seu pai, ficaram contentes e correram ao seu encontro, lhe implorando: "Pai! Estamos muito felizes de encontrá-lo em boa saúde. Nós tomamos veneno por engano, por causa de nossa ignorância. Por favor, nos salve e nos dê forças."
Imediatamente, o médico juntou muitas ervas medicinais de bom sabor, bom cheiro e linda cor receitando-as de várias maneiras como um maravilhoso remédio a suas crianças enfermas. Aqueles que ainda não haviam perdido a razão tomaram imediatamente o remédio e escaparam das dores agudas e sofrimentos. Os que não mais faziam uso da razão não tomaram o remédio apesar das recomendações do bom médico.

O pai ficou muito triste e decidiu usar um último recurso para convencer seus filhos a se curarem. Ele disse: "Eu vou morrer de velhice. Antes de começar a minha jornada, deixarei este remédio bom com vocês. Se vocês tiverem problemas, tomem-no." E saiu de casa dirigindo-se a outro país. Lá chegando, enviou um mensageiro à sua casa, que disse a seus filhos: "Infelizmente seu pai faleceu."

"Agora ninguém cuidará de nós com misericórdia e bondade", exclamaram os filhos diante da notícia, finalmente decidindo tomar o remédio. Logo se recuperaram completamente e o pai ciente de que isso aconteceria retornou para casa encontrando seus filhos felizes.

Nesta famosa parábola, o remédio maravilhoso com bom sabor, linda cor e bom cheiro simboliza a oração Nam myoho rengue Kyo ensinada pelo bom médico, que é o Buda, e o veneno indica as religiões desencaminhadoras (que deixam as pessoas iludidas e desorientadas).

(extraída da Revista TC de abril/76)Preciosa colaboração de Daisy  Lúcia Ferreira de Moraes

Parábola: O caminho do meio

Durante seis anos, Siddhartha e os seus seguidores viveram em silêncio e nunca sairam da floresta.

Para beber, tinham a chuva, como comida, comiam um grão de arroz ou um caldo de musgo,ou as fezes de um pássaro que passasse. Estavam tentando dominar o sofrimento tornando as suas mentes tão fortes que se esquecessem dos seus corpos.

Então... um dia, Siddhartha escutou um velho músico, num barco que passava, falando para o seu aluno...






"Se apertares esta corda demais, ela arrebenta;

e se a deixares solta demais, ela não toca."


De repente, Siddhartha percebeu de que estas palavras simples continham uma grande verdade, e que durante todos estes anos ele tinha seguido o caminho errado.

Se apertares esta corda demais, ela arrebenta; e se a deixares solta demais, ela não toca.

Uma aldeã ofereceu a Siddhartha a sua taça de arroz.

E pela primeira vez em anos, ele provou uma alimentação apropriada.

Mas quando os ascetas viram o seu mestre banhar-se e comer como uma pessoa comum, sentiram-se traídos, como se Siddhartha tivesse desistido da grande procura pela iluminação.

(Siddhartha os chamou)

- Venham...
- e comam comigo.

Os ascetas responderam:
- Traíste os teus votos, Siddhartha. Desistiu da procura. Não podemos continuar a te seguir. Não podemos continuar a aprender contigo.
e foram se retirando, Siddharta disse:
- Aprender é mudar.

- O caminho para a iluminação está no Caminho do Meio.

- É a linha entre todos os extremos opostos.

O Caminho do Meio foi a grande verdade que Siddhartha descobriu, o caminho que ensinaria ao mundo.


Texto extraido do Filme O pequeno Buda

Friday, February 6, 2015

Onde a Ciência e o Budismo Se Encontram

Excelente documentário que explica a relação entre o budismo e a ciência. Assista e entenda mais um pouco como essa maravilhosa Filosofia ou Religião tem se mostrado cada vez mais compatível com a ciência .


Este vídeo é uma produção original do GeraldP1983, que passou 4 meses escrevendo, editando, juntando informação, encontrando a mídia e a música certa e obtendo os direitos para usá-las. Um obrigado especial a ele! Eu, JoeTheEagle, tomei a liberdade de legendá-lo para o português. Muito obrigado!


"Antes de qualquer coisa, muito obrigado por assistir! Se você gostou desse vídeo e acha que ele seria de algum beneficio ou interesse para outros, por favor, compartilhe, marque como favorito, link aos seus vídeos. Eu não tenho nada além de uma pura intenção altruística por trás disto, eu o fiz para compartilhar uma profunda convergência entre duas maneiras aparentemente opostas de se perceber e entender a realidade que eu e muitos outros encontramos. Muito amor!" - Gerald

Lista original de fontes:


Divirtam-se!

Praticando o Budismo Nitiren



A prática dos ensinos do Budismo de Nichiren Daishonin é a recitação do Gongyo e do Daimoku. Gongyo é a recitação de partes do 2º e do 16º capítulos do Sutra de Lótus; e Daimoku é a recitação de Nam-myoho-renge-kyo. Tudo se resume unicamente na fé. Ela contém a verdade, a coragem, a sabedoria e a boa sorte. Inclui também a benevolência e a humanidade, bem como a paz, a cultura e a felicidade. Fé significa eterna esperança; é o segredo para um ilimitado auto desenvolvimento. A fé é o princípio fundamental para o crescimento. 

Há vários momentos em que se pode sentir o desejo de orar: por exemplo, para tirar uma nota boa numa prova ou para que faça tempo bom. Mesmo aqueles que não se consideram religiosos rezam por algo. Apenas o fato de desejarem boa saúde para seus filhos, ou de decidirem se desenvolver de alguma forma, também constitui uma oração, ainda que não queiram chamar isso de oração. A oração no Budismo de Nichiren Daishonin – a recitação do Daimoku ao Gohonzon – coloca as nossas diversas orações em fusão com a realidade, tendo como base a Lei universal da vida. Na verdade, o único meio de realmente despertar para essa maravilhosa prática é experimentá-la na própria vida. É impossível compreender a fé ou a vida somente por meio da teoria ou lógica. A vida não é algo abstrato. Deve ser vivida e sentida. 

É a história que construímos com nossos esforços e lutas em meio a nossa realidade. O Gongyo e o Daimoku representam a cerimônia na qual nossas vidas entram em harmonia com o Universo. O Gongyo é uma atividade em que, por meio de nossa fé no Gohonzon, vigorosamente colocamos em fusão o microcosmo de nossa existência individual com a energia vital do macrocosmo, de todo o Universo. Se realizamos isso regularmente a cada manhã e noite, nossa energia vital – nossa máquina – é fortalecida. O Universo é composto por um incalculável número de partículas elementares: prótons, elétrons, nêutrons, fótons; e também por átomos que compreendem os elementos químicos, tais como hidrogênio, oxigênio e cálcio. Essas mesmas partículas e elementos constituem nosso corpo. Um estudioso sugeriu que " o corpo humano é feito do mesmo material que das estrelas", e denominou os seres humanos de "filhos das estrelas". 

Nosso corpo não somente é feito da mesma composição do Universo como também é governado pelos mesmos princípios básicos de geração e desintegração e pelo ritmo de vida e morte que permeia o cosmos. Quando fazemos o Gongyo e o Daimoku diante do Gohonzon, o microcosmo de nossa vida individual entra em fusão com o macrocosmo do Universo. Alguém poderia perguntar por que a recitação do Daimoku e a leitura do Sutra trazem benefícios mesmo sem se compreender o significado dos caracteres. Um bebê toma o leite da mãe e se beneficia com esse ato; no entanto, ele faz isso sem conhecer a composição do leite. O mesmo acontece quando recitamos o Gongyo e o Daimoku. Naturalmente, será muito melhor se compreendermos o significado; porém, isso somente nos ajudará a fortalecer nossa convicção na Lei Mística. Contudo, se tal compreensão não for acompanhada da prática, então ela perderá definitivamente seu significado: " Exerça-se nos dois caminhos da prática e do estudo. Sem estes dois, não pode haver Budismo. Não somente o senhor deve se perseverar, mas também deve ensinar aos outros. 

Tanto a prática como o estudo surgem da fé. Deve contar aos outros com o melhor da sua habilidade, mesmo que seja somente a respeito de uma única sentença ou frase." No Budismo de Nichiren Daishonin, o conceito de "prática" é definido pelo princípio de Jigyo keta, cujo significado literal é "prática individual e prática altruística". A prática individual (jigyo) corresponde à leitura diária do sutra (Gongyo da manhã e da noite) e da recitação do daimoku (Nam-myoho-renge-kyo), com fé no Gohonzon, visando à felicidade pessoal. A prática altruística (keta) consiste em ensinar os outros os benefícios do Gohonzon e a grandiosidade da filosofia budista. Abrange, portanto, o chakubuku, a orientação, as palestras e quaisquer esforços para incentivar alguém a aprofundar sua fé no Gohonzon. Qualquer filosofia sem a sua prática é uma idéia morta, e a prática sem filosofia não pode ser senão impulsiva e unilateral. 

O importante é reconciliar a filosofia com a prática, pois a grandeza de uma filosofia somente é reconhecível quando brilha pelo comportamento e experiência da pessoa. Em nosso mundo da fé dedicado à realização do Kossen-rufu, todos os que continuam resolutamente a recitar o Daimoku serão os verdadeiros vitoriosos. Com toda certeza, haverão de desfrutar uma vida de "felicidade absoluta", ou seja, o Estado de Buda. O fundamental é que, compreendendo este único ponto, suas vidas estarão seguras para toda a eternidade. Além do mais, não existe mais nada de especial além do fato de recitarmos Daimoku. É necessário nos tornarmos pessoas de bom senso, corretas e admiráveis dentro da sociedade. De fato, praticamos a fé para nos tornarmos cidadãos exemplares, bons pais, bons maridos ou esposas e bons filhos. É um Budismo que possibilita a elevação do próprio estado de vida, permitindo-nos tornar alguém assim. O Budismo existe para libertar as pessoas, não para restringi-las. 



O importante é se dedicarem, mesmo um pouco, todos os dias. O alimento que ingerimos diariamente transforma-se em energia para o nosso corpo. Nossos estudos, também, tornam-se um bem valioso quando dedicamos firmes esforços a isso dia após dia. Por essa razão, devemos viver cada dia de forma a nos desenvolvermos continuamente. e a força propulsora para realizarmos isso é o Gongyo. Num certo sentido, não existe uma prática budista mais simples do que fazer o Gongyo e o Daimoku. não temos que praticar estranhas austeridades como em algumas tradições budistas esotéricas. Também no caso de um mecanismo, quanto mais sofisticada for a tecnologia, será mais fácil operá-lo. Da mesma forma, a superioridade do Budismo de NichirenDaishonin nos capacita a extrair o estado de Buda por meio da prática mais simples. O Nam-myoho-renge-kyo incorpora o nome e a vida de Nichiren Daishonin. Aquele que recita o Daimoku consegue evidenciar o estado de vida do Buda Nichiren Daishonin dentro da sua própria. Certamente haverá de se atingir o Estado de Buda. Não existem budas que ficam sofrendo eternamente na pobreza. Também não existem budas cruéis ou malvados, como não existem budas fracos que são derrotados na vida. Buda é um outro nome para uma pessoa que está determinada a vencer não importa o que aconteça. 

Texto compilado de matérias de estudo do Bloco Mandala, da BSGI, Barra, RJ - 2008